Homeopatia em Curitiba

Dr Waldemiro Pereira

 
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Colina, uma amina vital

 

OBSERVAÇÃO 1: As informações a seguir não se prestam a nenhum tipo de indicação e não devem ser utilizadas para orientações de prescrição médica ou nutricional, em nenhuma hipótese, tratando-se apenas e tão somente de uma abordagem meramente científica e não clínica.

 

1) Classificação Bioquímica:

 

Quimicamente a colina é classificada como amina, sendo uma substância vital à saúde orgânica, além disso, é sintetizada apenas em pequenas quantidades pelo organismo, por isso, alguns autores consideram que seja uma vitamina.

 

Na verdade a colina já foi classificada como uma vitamina do complexo B, a vitamina B8, ainda hoje podendo receber tal denominação (embora a biotina, que é a vitamina B7, às vezes também seja chamada de vitamina B8).

 

Quando se refere à colina como sendo vitamina, trata-se da vitamina B8, devendo-se ainda especificar que seja a colina, para não haver confusão com a biotina, esta chamada de vitamina B7 e, eventualmente, referida incorretamente por vitamina B8, termo este mais adequado à colina.

 

Ou seja, quando se refere à vitamina B8 é importante que se especifique a colina e, do mesmo modo, quando se fala em biotina é importante que seja especificada a vitamina B7. Enfim, a colina vem a ser a vitamina B8 e a biotina a vitamina B7.

 

2) Funções:

 

A colina tem função lipotrópica, o que significa que previne os depósitos de lipídios no fígado, e tem também efeito na diminuição da concentração de homocisteína no organismo (homocisteína é um homólogo do aminoácido cisteína, porém com atividade tóxica e que aumenta o risco de doença aterosclerótica).

 

Juntamente com a acetilcoenzima A (Acetil-CoA) a colina é um precursor do neurotransmissor acetilcolina, o qual atua no sistema nervoso central e periférico.

 

É ainda necessária na síntese de componentes da membrana celular, como fosfolipídios, fosfatidilcolina e esfingomielinas.

 

3) Aplicações:

 

As aplicações da colina podem ser profiláticas e terapêuticas, em doses que variam de 500 mg a 1 g, conforme a seguir...

 

3.1) Aplicações profiláticas:

 

a) Prevenção de doenças cardiovasculares.

 

b) Prevenção de câncer em geral, por auxiliar na manutenção estrutural do DNA.

 

c) Intercorrências gestacionais (particularmente importante na formação do tubo neural, juntamente com o folato).

 

3.2) Aplicações terapêuticas:

 

a) Esteatose hepática.

 

b) Melhora da memória e do aprendizado.

 

c) Doenças psiquiátricas: Demência senil, Mal de Alzheimer e transtorno bipolar, particularmente na fase maníaca.

 

d) Discinesias: Podem ser tanto as discinesias pelo uso de benzodiazepínicos quanto por doenças neurológicas, tais como coreia de Huntington e síndrome de Gilles de la Tourette.

 

4) Acetilcolina:

 

Trata-se de um neurotransmissor do sistema nervoso central e periférico, estando presente no sistema nervoso autônomo com receptores nicotínicos e muscarínicos, bem como na junção neuromuscular da placa motora com receptores nicotínicos do sistema nervoso somático ou voluntário.

 

Se por um lado o neurotransmissor norepinefrina, chamada igualmente de noradrenalina, também atua no sistema nervoso central e no sistema nervoso periférico autônomo, venha a ser exclusiva das sinapses pós-ganglionares do sistema nervoso simpático, por outro lado, a acetilcolina atua tanto nas sinapses pré-ganglionares quanto pós-ganglionares, de ambas as subdivisões do sistema nervoso autonômico, quais sejam, o sistema nervoso simpático e parassimpático.

 

5) Acetilcolina no Sistema Nervoso Autônomo:

 

Ações e efeitos da acetilcolina variam em conformidade aos seus receptores pré-ganglionares e pós-ganglionares no sistema nervoso parassimpático e simpático.

 

A acetilcolina atua por receptores ionotrópicos (nicotínicos) e metabotrópicos (muscarínicos).

 

Conexões dos neurônios pré-ganglionares ocorrem por sinapses colinérgicas de receptores nicotínicos em ambas as subdivisões do sistema nervoso autonômico, a saber, simpática e parassimpática, enquanto que as sinapses colinérgicas de conexões pós-ganglionares parassimpáticas estão associadas aos receptores muscarínicos.

 

No caso do sistema nervoso autônomo simpático as sinapses pós-ganglionares são tipicamente adrenérgicas, mas podem ser colinérgicas de receptores muscarínicos em alguns casos.

 

5.1) Sistema Nervoso Parassimpático (digestão ou repouso):

 

a) Receptores muscarínicos: Neurônios pós-ganglionares.

 

b) Receptores nicotínicos: Neurônios pré-ganglionares.

 

5.2) Sistema Nervoso Simpático (fuga ou luta):

 

a) Receptores muscarínicos: Em alguns dos neurônios pós-ganglionares (nos demais os receptores são adrenérgicos).

 

b) Receptores nicotínicos: Neurônios pré-ganglionares.

 

6) Antagonistas dos receptores muscarínicos (trio do delírio):

 

Juntos, os medicamentos homeopáticos Belladona, Hyoscyamus e Stramonium formam o trio do delírio.

 

6.1) Atropa belladona: atua no Sistema Nervoso Central (SNC) principalmente através dos seus alcaloides (como a atropina e a escopolamina), que são antagonistas competitivos dos receptores muscarínicos da acetilcolina.

 

A atropina da Belladona na homeopatia pode atuar como um estimulante ou depressor do SNC, a depender da potência e da afinidade repertorial ou clínica.

 

A escopolamina, outro alcaloide da beladona, é particularmente eficaz no tratamento de cinetose (enjoo de movimento), atuando em áreas do cérebro como o aparelho vestibular e o córtex.

 

Em doses tóxicas, ou em pacientes sensíveis (especialmente idosos), o bloqueio da acetilcolina pode levar a alterações severas de memória, alucinações, delírio, agitação e, em casos graves, estupor.

 

Os primeiros sintomas da intoxicação por Belladona podem incluir agitação, risos sardônicos, dificuldade de deglutição e dilatação das pupilas (midríase), que são manifestações dos efeitos no sistema nervoso. 

 

6.2) Datura stramonium: Atua no sistema nervoso central (SNC) principalmente como um agente anticolinérgico. Seus efeitos são causados pelos alcaloides tropanos que contém, notadamente a atropina, hiosciamina e escopolamina, que são antagonistas dos receptores muscarínicos da acetilcolina. 

 

A ingestão de qualquer parte da planta, mesmo em pequenas quantidades, pode levar a uma síndrome anticolinérgica grave com efeitos intensos e imprevisíveis...

 

Alucinações, delírios e um estado mental confuso, afeta a percepção da realidade, a memória e a capacidade de aprendizado, dilatação das pupilas (midríase), aumento da frequência cardíaca, boca seca e retenção urinária, que são manifestações periféricas do bloqueio colinérgico.

 

6.3) Hyoscyamus niger: devido aos seus alcaloides (como a hiosciamina), atua no sistema nervoso central (SNC) como um agente anticolinérgico. Seus efeitos incluem alucinações, delírios, agitação e, em doses elevadas, um sono profundo com amnésia. 

 

Em doses tóxicas, a planta produz efeitos psicoativos e alucinógenos, que podem ser descritos como um estado de embriaguez, acompanhado de delírios e sensações de dissociação (como a sensação de levitação.

 

O uso da substância em certas doses pode levar a um estado de agitação, inquietação, comportamento inadequado e, em casos extremos, manifestações associadas à loucura, como agressividade e desconfiança ou ciúmes.

 

Em contextos medicinais homeopáticos, o Hyoscyamus é utilizado para tratar condições como espasmos musculares e nervosos, insônia, terrores noturnos e certos tipos de delírio (como o delirium tremens), devido aos seus efeitos sedativos e antiespasmódicos. 

 

7) Ondas cerebrais (ou oscilações neurais):

 

A acetilcolina (ACh) é um neurotransmissor basilar da neurofisiologia, que modula a atividade elétrica do cérebro (as ondas cerebrais) e está intimamente ligada aos estados de consciência, como a vigília atenta, a vigília relaxada, o sono superficial e o sono profundo. Ela influencia a frequência e a amplitude das oscilações neurais, alterando o padrão cerebral de um estado de relaxamento para um de alerta ou foco, e vice-versa. Ondas cerebrais são padrões rítmicos de atividade elétrica gerados pelo cérebro, mesmo em repouso. Tais oscilações ocorrem em diferentes frequências e são associadas a estados mentais e processos cognitivos específicos, como sono, relaxamento, concentração e aprendizado. A atividade das ondas cerebrais pode ser monitorada por meio de exames como o eletroencefalograma (EEG) e o magnetoencefalograma (MEG).

 

As frequências eletromagnéticas do tipo ELF (Extremely Low Frequency ou Frequências Extremamente Baixas) variam de 3 Hz a 30 Hz, e coincidem com as ondas cerebrais estudadas pelo médico alemão Hans Berger, entre 1924 e 1929. As fontes naturais de ELF incluem o campo magnético da Terra nas interações com o vento solar e a ionosfera, além da Ressonância Schumann, que é um conjunto de picos no espectro de ondas eletromagnéticas em frequências extremamente baixas (ELF), os quais pulsos são gerados pela atividade elétrica da Terra, como raios ou relâmpagos, em que essas ondas ficam retidas e entram em ressonância na cavidade natural formada entre a superfície da Terra e a ionosfera; essa frequência fundamental prevista pelo físico alemão Winfried Otto Schumann, em 1952, é de aproximadamente 7,83 Hz (que é uma frequência utilizada por cientistas para monitorar o clima global e a atividade de tempestades).

 

Relações entre a Ressonância Schumann e as oscilações neurais foram investigadas pelo médico francês Luc Montagnier, entre 2009 e 2012, ao defender a hipótese de memória da água proposta pelo médico francês Jacques Benveniste, entre 1988 e 1992. As fontes artificiais de ELF incluem as linhas de energia (transmissão e distribuição), as quais são uma das principais fontes artificiais de campos ELF devido à circulação de corrente alternada (CA) nas frequências padrão da rede elétrica, que são de 50 ou 60 Hz na maioria dos países. Deste modo, equipamentos elétricos e eletrodomésticos são dispositivos que operam com corrente alternada e promovem ondas ELF, por outro lado, assim como eletrodomésticos, os equipamentos industriais também operam com tais correntes alternadas e, deste modo, são outras fontes secundárias de campos ELF em suas proximidades.

 

As ondas de frequências extremamente baixas (ELF) são muito penetrantes, especialmente em materiais como a água e certas camadas do solo. Essa alta capacidade de penetração é uma característica fundamental das ondas ELF (entre 3 Hz e 30 Hz), decorrente de seus longos comprimentos de onda e baixas frequências. Quanto menor a frequência e maior o comprimento de onda, maior é a capacidade da onda de contornar obstáculos e penetrar em materiais densos sem ser significativamente atenuada.  A principal aplicação dessa propriedade é a comunicação com submarinos submersos, pois as ondas de rádio de frequências mais altas, como as usadas em telecomunicações convencionais, são rapidamente absorvidas pela água do mar. Em resumo, as ondas ELF têm uma capacidade de penetração única em meios condutores o que as tornam úteis para aplicações muito específicas, apesar de não serem práticas para a comunicação cotidiana de alta velocidade.

 

Devido às suas frequências eletromagnéticas extremamente reduzidas, as ondas ELF transportam uma quantidade de energia muito baixa (são radiações não ionizantes), o que significa que não causam danos diretos aos tecidos vivos da mesma forma que radiações de alta frequência, como raios X ou raios gama. Uma das propriedades mais notáveis é a sua capacidade de penetrar profundamente em meios condutores, como a água do mar e a crosta terrestre; isso contrasta fortemente com as frequências de rádio, que são rapidamente absorvidas por esses meios. A capacidade de penetração na água do mar torna as ondas ELF úteis para comunicação com submarinos submersos, uma aplicação especializada e crítica. Elas podem viajar por vastas distâncias na cavidade ressonante Terra-ionosfera com pouca atenuação, refletindo nas camadas E e F da ionosfera, embora isso não seja muito utilizado para telecomunicações convencionais.

 

Diferentemente das frequências de rádio, tais como HF (High Frequency ou Frequência Alta, de 3 MHz a 30 MHz), VHF (Very High Frequency ou Frequência Muito Alta, de 30 MHz a 300 MHz) e UHF (Ultra High Frequency ou Frequência Ultra Alta, de 300 MHz a 3 GHz ou 3.000 MHz, já na faixa de micro-ondas), que são rapidamente absorvidas pela água salgada e só conseguem penetrar poucos metros abaixo da superfície, as ondas ELF sofrem muito pouca atenuação no meio marinho. Isso permite que atinjam submarinos mesmo quando estão submersos a grandes profundidades, sem a necessidade de emergir ou flutuar uma boia de antena na superfície (o que os tornaria vulneráveis à detecção). Devido às frequências extremamente baixas e, consequentemente, aos comprimentos de onda extremamente longos (de 10.000 a 100.000 km), a quantidade de informação que pode ser transmitida é muito limitada. O sistema é utilizado para enviar mensagens curtas e simples, geralmente sob a forma de comandos ou instruções codificadas. A transmissão eficaz de ondas ELF requer antenas de dimensões gigantescas, que se estendem por dezenas de quilômetros em terra, e receptores altamente sensíveis a bordo dos submarinos para captar os sinais minuciosos.

 

As ondas ELF estão presentes naturalmente (por exemplo, no campo magnético terrestre e em descargas atmosféricas, como raios ou relâmpagos) e artificialmente (associadas a sistemas de energia elétrica, como linhas de transmissão de 50 Hz a 60 Hz). As ondas ELF são únicas pela sua capacidade de longo alcance e penetração em materiais densos, apesar de serem inadequadas para a maioria das aplicações de comunicação modernas, o que se deve à sua baixa frequência, em que a quantidade de informação (largura de banda) que pode ser transmitida é muito limitada, tornando-as impraticáveis para comunicações de alta velocidade como rádio AM/FM, Wi-Fi ou celular.

 

No entanto, apesar das ondas cerebrais se situarem na faixa de frequência extremamente baixa (ELF) de típica penetrabilidade considerável, são intrinsecamente de baixa intensidade (baixa amplitude). As oscilações neurais (ondas cerebrais) são o resultado da atividade elétrica sincronizada de grandes grupos de neurônios, e essas correntes elétricas são naturalmente muito fracas. Ondas delta (0,5 Hz a 3,5 Hz), que ocorrem durante o sono profundo, e ondas teta (4 Hz a 7 Hz), associadas à meditação e sono leve, têm amplitudes que são mensuráveis em microvolts (µV) no couro cabeludo. Embora as ondas delta sejam de “alta amplitude” em relação às outras ondas cerebrais (como as ondas beta de vigília), essa amplitude ainda é extremamente baixa em termos de potência eletromagnética geral; a intensidade dessas ondas é suficiente para ser medida com equipamentos sensíveis da EEG (eletroencefalografia) ou da MEG (magnetoencefalografia), mas é insignificante em comparação com campos eletromagnéticos externos a que os humanos estão expostos diariamente. Portanto, as ondas ELF das oscilações neurais são pouco intensas e se inserem no contexto da biofísica, sendo cruciais para o funcionamento cerebral.

 

7.1) Ondas gama (acima de 30 Hz): Especialmente entre 40 Hz e 140 Hz, estão associadas a funções cognitivas complexas como concentração profunda, aprendizado, memória e percepção. Elas indicam um estado de alta atividade cerebral e processamento de informações, sendo essenciais para a ligação de informações de diferentes áreas do cérebro em um estado de consciência unificada. Frequências gama mais altas que 100 Hz são observadas durante estados de alerta e concentração, sendo associadas a um “estado mental de pico”. Padrões anormais de ondas gama estão associados a distúrbios como doença de Alzheimer, doença de Parkinson, psicose, esquizofrenia, TDAH e autismo, especialmente na esquizofrenia. Essas anomalias podem ser indicativas de vários distúrbios ou estados neurológicos e neuropsiquiátricos alterados, embora a pesquisa sobre o significado clínico específico dessas ondas ainda esteja em andamento devido à sua dificuldade de medição. 

 

OBSERVAÇÃO 2: As ondas eletromagnéticas na faixa de frequências acima de 30 Hz até 300 Hz são classificadas como Super Baixa Frequência (SLF – Super Low Frequency). Esta faixa está próxima da categoria de Frequências Extremamente Baixas (ELF), que pela definição da União Internacional de Telecomunicações (ITU), abrange de 3 Hz a 30 Hz. No entanto, algumas classificações alternativas na ciência atmosférica consideram a faixa de ELF estendida até 3 kHz (neste caso, as ondas ELF seriam de 3 Hz até 3 kHz, o que incluiriam as ondas gama). 

 

OBSERVAÇÃO 3: A frequência audível do som para o ouvido humano é geralmente entre 20 Hz e 20.000 Hz (ou 20 kHz). Sons com frequências abaixo de 20 Hz são chamados de infrassons, enquanto os acima de 20.000 Hz são ultrassons, e ambos não podem ser ouvidos pelos humanos, lembrando que algumas das diferença entre as ondas sonoras e as ondas eletromagnéticas é que estas são transversais e se propagam no vácuo, enquanto que aquelas são longitudinais e só se propagam em meio mecânico. 

 

7.2) Ondas beta (14 a 30 Hz): São atividades cerebrais de alta frequência e baixa amplitude*, associadas à vigília, concentração, atenção, raciocínio e atividades mentais intensas, como resolução de problemas. Elas são o ritmo dominante quando o cérebro está alerta e processando informações do ambiente. Sinais de atividade mental ativa, como falar, ler ou realizar um raciocínio lógico. Ocorrem durante a resolução de problemas, tomada de decisões e análise de informações. Um excesso de ondas beta pode estar associado a níveis elevados de estresse, ansiedade e hiperexcitação, por outro lado, uma quantidade adequada de ondas beta é necessária para manter o foco e a concentração. As ondas beta do EEG são mais proeminentes nas áreas frontais e frontocentrais do cérebro. 

 

* Subdivisões das ondas beta (com variações usuais na classificação das frequências):

 

§ Beta baixo (13,5 a 15 Hz): Associado à concentração silenciosa e focada. Foco calmo, atenção relaxada, estado de alerta "passivo".

 

§ Beta médio (15 a 20 Hz): Ligado ao aumento de energia e desempenho. Atividade mental ativa, concentração em tarefas, raciocínio.

 

§ Beta alto (20 a 40 Hz): Relacionado a estresse significativo, ansiedade e alta excitação. Atividade mental intensa, agitação ou solução complexa de problemas.

 

* Fusos de Sono (ou Fusos Beta): São breves e repentinas explosões de atividade cerebral mais rápida (na faixa de frequência beta, tipicamente 12-15 Hz ou mais) que ocorrem principalmente no Estágio 2 do sono NREM. Os fusos de sono são considerados um sinal normal e saudável da atividade cerebral durante o sono, e estão associados à consolidação da memória e à proteção do sono contra estímulos externos. 

 

* Sono REM tem participação das ondas beta: Durante o sono REM (Rapid Eye Movement ou Movimento Rápido dos Olhos), o eletroencefalograma (EEG) registra ondas cerebrais de baixa amplitude e frequência irregular, muito semelhantes às observadas em indivíduos acordados e em estado de vigília ativa, que inclui a predominância de ondas teta, mas também a presença notável de ondas beta. Este padrão é frequentemente descrito como "dessincronizado" ou "paradoxal" porque, embora a pessoa esteja dormindo profundamente (com atonia muscular), seu cérebro está altamente ativo, quase como se estivesse acordado. As ondas beta (alta frequência) estão presentes, contribuindo para essa semelhança com a vigília, mas não são as únicas predominantes. As ondas teta são geralmente mais características dessa fase REM do sono.

 

7.3) Ondas alfa (8 a 13 Hz): A amplitude das ondas alfa tende a ser maior em estados de repouso mental e olhos fechados, especialmente nas regiões posteriores do cérebro*. Essas ondas no EEG indicam um estado de vigília relaxada, são predominantes quando uma pessoa está calma e com os olhos fechados, e diminuem de intensidade com a abertura dos olhos. Esse estado é associado ao relaxamento, as ondas alfa são importantes na inibição de certas áreas cerebrais e na transição para o sono. Promovem relaxamento e sensações de calma. Auxiliam na inibição de áreas corticais e são influentes na transição da vigília para o adormecimento. são predominantemente localizadas nas regiões posteriores da cabeça, especificamente nos lobos occipitais, parietais e, às vezes, temporais posteriores. São mais proeminentes na área occipital (parte de trás do cérebro), que é a região do córtex visual.

 

* Variações de alfa: As variantes das ondas alfa incluem o "ritmo Mu" (localizado nas áreas centrais) e a "intrusão de ondas alfa" (observada em estados de sonolência ou durante o sono). Embora a intrusão de ondas alfa possa ocorrer no sono REM, é muito mais típica do sono NREM, sendo um padrão de sono onde ondas alfa (associadas ao relaxamento) aparecem no sono de ondas lentas (estágio delta), que é o sono profundo. Este fenômeno, também conhecido como sono alfa-delta, é frequentemente associado a condições como a fibromialgia e a fadiga crônica. O padrão não significa um distúrbio grave, mas está relacionado a uma qualidade de sono não restauradora e pode ampliar sintomas de outros transtornos. 

 

7.4) Ondas teta (4 a 7 Hz): Ocorrem durante o sono leve e o sonho. É a frequência típica do sono REM*. Desempenham um papel na coordenação da memória e no processamento de informações. A atividade teta é mais proeminente em crianças e adolescentes, sendo considerada normal para essas faixas etárias. Em adultos acordados, a presença excessiva de ondas teta no EEG é considerada anormal. 

 

* Sono REM tem predominância das ondas teta: As frequências cerebrais mais dominantes e típicas durante o sono REM (Rapid Eye Movement ou Movimento Rápido dos Olhos) são aquelas das ondas teta, o cérebro está relativamente ativo, de forma semelhante ao estado de vigília, e as ondas teta estão associadas a esse estado de relaxamento profundo e processamento de informações, onde ocorrem sonhos vívidos. Além das ondas teta, também podem ser observadas notadamente as ondas alfa e beta.

 

7.5) Ondas delta (abaixo de 4 Hz): São as ondas cerebrais mais lentas e de mais alta amplitude. Ondas delta são fundamentais para a regeneração do corpo, o fortalecimento do sistema imunológico, a consolidação da memória e o reparo de tecidos. Em adultos acordados, a atividade delta pode indicar certas condições patológicas, como lesões cerebrais, distúrbios metabólicos, ou efeitos de medicamentos sedativos. É a principal atividade observada durante o sono profundo e o coma, indicando relaxamento e restauração física e mental. Durante o sono, as ondas delta ajudam a fortalecer o sistema imunológico e a reparar tecidos danificados. A atividade delta está envolvida no processamento e armazenamento de memórias. Estão relacionadas com a liberação de hormônios do crescimento, essenciais para o desenvolvimento e reparação de tecidos. Em adultos, a presença de ondas delta em um indivíduo acordado pode ser um sinal de anormalidade, como hemorragias intracranianas, distúrbios metabólicos ou o efeito de sedativos.

 

 

Dr. Paulo Venturelli