Homeopatia em Curitiba
Dr. Waldemiro Pereira
Atendimento de adultos e crianças
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Releitura

 

A releitura de rubricas neste repertório alternativo leva em conta aspectos constitucionais, morfológicos, temperamentais, miasmáticos, clínicos e sintomáticos dos remédios homeopáticos, não tendo preferência ou exclusividade sobre outras linguagens repertoriais. Assim sendo, a repertorização pode ser clássica ou alternativa, assim como um determinado medicamento pode pontuar em uma rubrica e na outra também, de acordo com critérios de cada classificação, e conforme o quadro clínico e repertorial de cada indivíduo.


Devendo se ter em mente, todavia, que o mais importante para a prescrição homeopática não são os biotipos ou as constituições, uma vez que os temperamentos são superiores pelos seus aspectos mentais, importando ainda mais a síndrome mínima de valor máximo (SMVM) como principal critério prescricional.


Na SMVM o estado mental é mais valorizado e, especialmente, a individualização da sintomatologia através dos fatores mais peculiares e específicos, que sejam mais inerentes ao indivíduo a ser tratado do que à doença a ser diagnosticada e prognosticada, embora esta seja também relevante.


1) Rubrica Morfológica em Releitura Metabólica:


Levando em conta apenas três biotipos principais, quais sejam, nitrogenoide, hidrogenoide e oxigenoide, sendo que a morfologia oxigenoide poderia englobar as classificações tanto de Grauvogl quanto de Nebel e Vannier, pode ser feita uma rubrica metabólica de três tipos apenas; o que isso não invalida a rubrica metabólica de quatro biotipos, bem como ambas as rubricas metabólicas não invalidam as demais.


1.1) Biotipo hidrogenoide ou estado hipertrófico: Grupo do ouro…


a) Grau principal: Aurum metallicum, Calcarea carbonica e Graphites.


b) Grau secundário: Uranium nitricum e Antimonium crudum (e ainda Niccolum sulphuricum 4 DH em quadros de alergia e ortopédicos ou reumatológicos).


c) Grau terciário: Cerium oxalicum e Baryta carbonica.


1.2) Biotipo nitrogenoide ou estado eutrófico: Grupo da prata…


a) Grau principal: Argentum nitricum, Sulphur e Metallum album.


b) Grau secundário: Tellurium (e Niccolum sulphuricum 4 DH em quadros de alergia e ortopédicos ou reumatológicos, ademais de Nitri acidum 4 DH em afecções dermatológicas).


c) Grau terciário: Uranium nitricum (lembrando que alguns pacientes com diabete mélito tipo 2 ou com dislipidemia não são obesos).


1.3) Biotipo oxigenoide ou estado hipotrófico: Grupo do bronze…


a) Grau principal: Silicea, Phosphorus e Mercurius.


b) Grau secundário: Stannum metallicum ou Stannum iodatum (e Nitri acidum 4 DH em quadros dermatológicos) além de Sepia off e Ambra grisea.


c) Grau terciário: Plumbum metallicum ou Plumbum iodatum, Selenium e Secale cornutum (micélio produtor de alcaloide do Ergot, lembrando que ergosterol é um álcool do tipo esterol o qual é precursor da Vitamina D₂) .


2) Rubrica Clínica em Releitura Geográfica:


Essa linguagem repertorial inclui enfoques geológicos e biológicos.


2.1) Rubrica clínica ou episódica pelo grupo da terra (em ordem alfabética)…


a) Alumina: Ansiedade e depressão; obstipação; impotência sexual; leucorreia (sicose).


b) Ferrum phosphoricum: Quadros inflamatórios de dores, febres e hemorragias; incontinência urinária ou enurese; diarreia (tuberculinismo).


c) Niccolum sulphuricum: Alergias em geral; dorsalgia e cefaleia ou enxaqueca; menopausa (psora).


d) Silicea terra: Quadros infecciosos, purulentos ou luéticos; falta de calor vital (luese).


2.2) Rubrica clínica ou episódica pelo grupo da biosfera animal (em ordem diatésica)…


a) Ambra grisea: Ansiedade e depressão, nervosismo.


b) Apis mel: Alergia, psora.


c) Cantharis: Infecção urinária, sicose.


d) Pyrogenium: Infecções purulentas e sanguinolentas com febre (luetismo).


e) Formica Rufa: Reumatismo articular e muscular ou fibromialgia (artritismo).


f) Pulmo histaminum: Afecções respiratórias em geral (tuberculinismo).


g) Carcinosinum: Afecções carcinomatosas (cancerinismo) e afecções relacionadas ao quadro de diabete mélito tipo 1 ou 2 e suas complicações.


3) Rubrica Clínica em outras Releituras:


Outras releituras da linguagem repertorial abrangem os estudos de analogia com a medicina ortomolecular e com os estudos tradicionais dos medicamentos de origem metálica.


3.1) Rubrica ortomolecular:


a) Borax: Vitamina B6 (cinetose, vertigem da labirintopatia e transtornos nervosos).


b) Cobaltum: Vitamina B12 (fadiga, nevralgia e dorsalgia, aumenta a vitalidade).


c) Manganum: Vitaminas B5 e K2 (artropatias, artrites e artralgias).


d) Selenium: Vitamina E ou tocoferol (afecções de pele, reprodutivas e metabólicas).


e) Vanadium: Vitamina B7 (obesidade e diabete mélito).


f) Zincum: Vitaminas A e D (imunidade, visão, ossos e sistema nervoso).


3.2) Rubrica psicológica junguiana:


a) Aurum metallicum: Sinais e sintomas cardiovasculares, ademais de episódios depressivos. É indicado também em doenças reumáticas.


b) Argentum nitricum: Doenças de todo o aparelho digestivo e quadros de ansiedade. Tem ótimas indicações em fobias e vertigens.


c) Mercurius solubilis: Quadros infecciosos agudos, crônicos ou congênitos e doenças neurológicas.


d) Cuprum metallicum: Afecções do aparelho reprodutor, além de cãibras, cólicas e espasmos em geral, incluindo broncoespasmo.


e) Alumina: Ansiedade e depressão; obstipação; impotência sexual; leucorreia.


f) Silicea terra: Patologias que envolvem fístulas, abscessos, pústulas e corpos estranhos.


g) Niccolum sulphuricum: Alergias em geral; dorsalgia e cefaleia ou enxaqueca; menopausa.


h) Ferrum phosphoricum: Doenças infecciosas que cursam com febre.


i) Baryta carbonica: É um remédio pediátrico e geriátrico, mas quase sempre útil em amigdalites ou hipertrofia de amígdalas e adenoides. Está bem indicado em distúrbios da memória, doença de Alzheimer e acidente vascular encefálico (AVE).


j) Cerium oxalicum: Transtornos da menopausa e dor ciática, poderia ser chamado de “Actea racemosa mineral”, mas os sintomas melhoram com o fluxo menstrual, conforme Lachesis (Vijnovsky); cinetose ou mareio e vômitos (Vijnovsky). Tosse espasmódica ou nervosa (Vijnovsky); tosse coqueluchoide com vômitos e hemorragia (Vijnovsky). Constituição carbônica e morfologia hidrogenoide, como quem se alimenta com excesso de cereais ou de carboidratos em geral.


k) Tellurium metallicum: Afecções de oftalmologia e otorrinolaringologia. Na química é um calcogênio ou chalcogênio e tem indicações homeopáticas para fetidez em geral.


l) Stannum metallicum: É um remédio da astenia e da bronquite catarral ou da bronquiectasia, estando indicado também na enxaqueca. Debilidade geral.


m) Plumbum metallicum: Medicamento das escleroses, tudo se torna duro, empedrado, obstruído e apático. Arteriosclerose com hipertensão arterial sistêmica, nefrite e transtornos mentais. Bom remédio do diabete mélito, especialmente do tipo 1.


n) Antimonium crudum: Medicamento de obesidade, reumatismo na sola dos pés e blefarite crônica. Bom remédio para a indigestão com eructação, vômitos e diarréia, depois de uma alimentação copiosa.


o) Antimonium tartaricum: Afecções respiratórias com extrema dificuldade de expectoração ou expectoração insuficiente.


p) Uranium nitricum: Poderia ser chamado de “Lycopodium mineral”. Remédio de diabete mélito, notadamente tipo 2, nefrite com hidropisia (retenção hídrica) e hipertensão arterial sistêmica.


q) Strontium carbonicum: Poderia se denominado de “Carbo vegetabilis cirúrgico”. Isto é, remédio para recuperação da vitalidade após cirurgias em que ocorre perda de muito sangue Bom remédio também para reumatismo e estenose de esôfago.


r) Palladium: Remédio das anexites, em especial do ovário direito. As dores uterinas se aliviam pela defecação. Pessoas descontraídas e loquazes no ambiente social, mas deprimidas e esgotadas quando se encontram sozinhas. Nas cefaleias, a irradiação atravessa a cabeça de um ouvido ao outro.


s) Platina: Alternância de sintomatologia física e mental (conforme Actea racemosa e Lillium tigrinum).


3.3) Rubrica dos ácidos:


Os medicamentos homeopáticos obtidos de ácidos são muito importantes no tratamento de diversas doenças, particularmente em doenças digestivas, urinárias e no diabete mélito.


a) Aceticum acid: Doença péptica, dispepsia, vômitos, anemia, debilidade, diabete mélito.


b) Benzoicum acid: Diabete mélito, transtornos urinários e da prostata, nefrolitíase, enurese noturna, urina fétida (podendo lembrar a do cavalo, conforme Nitri acid) e reumatismo.


c) Carbolicum acid: Dores lancinantes, pungentes e súbitas, prostração, vômitos e secreções pútridas.


d) Fluoris acid: Fístulas, varizes e úlceras, hemorroidas.


e) Nitri acid: Feridas, úlceras e crostas, urina fétida (podendo lembrar a do cavalo, conforme Bezoicum acid), pirose, dispepsia e hemorroidas.


f) Phosphoricum acid: Ansiedade e depressão, apatia, debilidade, perda de memória e aversão de pensar, diabete mélito e transtornos urinários, enurese noturna.


OBSERVAÇÃO: Embora algumas rubricas alternativas possam inspirar a escolha de remédios, o mais importante na prescrição homeopática é a síndrome mínima de valor máximo (SMVM) que se refere ao conjunto de sinais e sintomas peculiares, diferentes, exclusivos ou incomuns e característicos de determinados quadros e seus medicamentos associados.

 

 

Dr. Paulo Venturelli